segunda-feira, 31 de maio de 2010

Realidade à Tuga!

Sai mais um município para a mesa do canto

"Portugal é um pequeno país com uma área aproximada de 92 389 km2, uma espécie de Guiana Francesa, ou Azerbeijão da Europa. Ocupa cerca de 16% da Península Ibérica, ou seja, representa menos de 1/5 da superfície do país daqueles que, não obstante serem conhecidos por “nuestros hermanos”, lá nos foram subtraindo umas terrinhas aqui, outras ali, como prova a tão disputada Olivença.

Não pertencemos, sequer, ao grupo dos cem maiores países do mundo. Somos pequenos em aérea e cada vez mais insignificantes. Somos periféricos, não produzimos quase nada e, desgraçadamente, parece não termos forma de inverter o sentido das coisas. Mas temos a mania que somos grandes! Grandes e gastadores! Quando toca a ir comer à boca do Orçamento, ninguém nos bate! Volta e meia, lemos nos jornais mais uma tentativa de criação de mais um município.

Nada me move contra as aspirações da população de Fátima, nem sequer as julgo absurdas, face àquilo que são os requisitos tidos como, legalmente, necessários para a criação de um município, em Portugal. Aliás, os fatimenses apresentam a sacrossanta vantagem de terem uma assinalável “estrutura espiritual” que, presumo, constitui uma exclusividade que poderá ser utilizada como forma de tomar a dianteira a Ourém e, por consequência, significar a sua carta de alforria em relação à actual sede de concelho.

Mas estamos a falar de um país com 308 municípios e 4260 freguesias! Parece que houve tempos em que uma rotunda, uns semáforos num qualquer cruzamento e a promessa de votação maciça no partido político que estivesse “a dar” bastavam para solicitar à rapaziada de Lisboa a “promoção” do lugar a concelho. Os passos seguintes conhecem-se: criam-se meia dúzia de empresas municipais, empregam-se os do costume, gemina-se a “coisa” com duas ou três cidades estrangeiras – se forem de outro continente, tanto melhor! – e o “arranjinho” fica pronto para poder sacar ao erário público mais uns milhares, muitos milhares de Euros.

Portugal não precisa de engordar a sua estrutura político-administrativa. Necessita, isso sim, de encolher. É tempo de termos “juizinho”, como costuma dizer um reputado político da nossa praça. As crises, financeira e económica, recomendam que nos deixemos de brincar aos municípios e tenhamos consciência de que o Estado – seja através da administração central, seja através da administração local – não pode dar emprego a toda a gente. É pena, eu sei! Mas é o que temos e não podemos ignorar.

Francisco Gonçalves"

Não queria deixar passar esta mensagem em branco, concordo plenamente com a realidade deste texto escrito por Francisco Gonçalves para o jornal O Mirante.

Bom Dia e um resto de uma boa semana.

Cumprimentos,

Miguel Rapoula


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